Apresentado ao mundo como um futuro fenômeno, Alexandre Pato deu inúmeras provas de que valia a pena acreditar em tanta badalação. Os primeiros jogos pelo Internacional, a chegada ao Milan com impacto imediato, a estreia na Seleção... tudo dava crédito à ideia de que estávamos diante de um nome digno da linhagem de grandes atacantes brasileiros.
Aos 22 anos, Pato terminou 2011 cercado de incertezas. Será que estamos mesmo diante de um fora-de-série? Entre sucessivas lesões musculares e e críticas ao seu treinador, o camisa 7 corre o risco de ver a inegável figura midiática que se tornou, pelos relacionamentos extracampo, superar o jogador de futebol.
Ao atacar Massimiliano Allegri tentando lhe atribuir parte da responsabilidade pelo mau momento ("Se eu preciso melhorar, ele que me diga como"), Pato elogiou Carlo Ancelotti, seu antigo treinador. Por isso, não foi surpresa quando surgiram as primeiras especulações sobre o interesse do Paris Saint-Germain, que está próximo de acertar com Ancelotti para os próximos dois anos e meio.
Vale lembrar que a chegada de Ibrahimovic, em 2010, criou um certo problema de compatibilidade tática. Pato e o sueco, em vários momentos, tendem a ocupar o mesmo espaço no campo. Além disso, são jogadores mais individuais que coletivos. No elenco do Milan, Robinho e Cassano (até a cirurgia) se comportavam como parceiros mais adequados, por buscarem mais a assistência.
Por mais que uma eventual oferta do PSG possa ser sedutora, o Milan tem bons motivos para seguir apostando em Pato. Certamente ele não perdeu seu talento e nem seu faro para o gol (são 60 em 137 jogos com a camisa rossonera), mas precisa rever seu comportamento e suas motivações. E, sobretudo, precisa parar de transferir responsabilidades.
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